Educação Ambiental

Dia Mundial do Meio Ambiente

Em 05 de junho é comemorado o Dia Mundial do Meio Ambiente!

Mas o dia mundial do meio ambiente não se restringe ao 05 de junho: falar do meio ambiente é uma tarefa árdua, incansável e diária.

A data é um marco desde 1972, quando, durante a Conferência de Estocolmo, foi instituído pela ONU o Dia Mundial do Meio Ambiente, chamando a atenção da população e líderes globais para a preservação dos recursos naturais, além de promover uma reflexão sobre os problemas ambientais.

Atualmente, o debate sobre a transição energética está fortemente ancorado ao modelo de exploração dos recursos naturais. O Brasil pode se considerar confortável diante de um mundo que corre para se adequar aos trilhos da “transição energética”.

No entanto, a exploração de petróleo em áreas ecologicamente sensíveis põe em xeque o compromisso de descarbonização do país.

Impossível não falar sobre a biodiversidade brasileira no Dia Mundial do Meio Ambiente. O Brasil é o país com a maior biodiversidade do mundo, abrigando de 10 % a 15 % de toda a biodiversidade do planeta.

Existe uma relação muito importante entre o carbono e o bem-estar do meio ambiente. Quanto mais carbono tem na vegetação significa que ela é conservada.

A transversalidade da pauta ambiental é a principal ferramenta para a produção de políticas públicas. Assim, o desenvolvimento sustentável pode ser um futuro possível no Brasil. Os temas ambientais são amplos, são desafios globais que exigem atenção e estudos científicos.

Abrangem questões como:

  • poluição;
  • mudanças climáticas;
  • perda de biodiversidade;
  • desmatamento;
  • uso de recursos naturais;
  • e a relação com a saúde humana.

“Combater a Poluição Plástica”: tema do Dia Mundial do Meio Ambiente 2025

O tema do Dia Mundial do Meio Ambiente deste ano, “Combater a Poluição Plástica”, ataca diretamente o consumo exacerbado de materiais plásticos.

Segundo a ONU:

O mundo produz mais de 430 milhões de toneladas de plástico anualmente, dois terços dos quais são produtos de vida curta que logo se tornam resíduos, enchendo o oceano e, muitas vezes, entrando na cadeia alimentar humana”.

No ano em que o Brasil recebe a COP30, é preciso reafirmar que a sustentabilidade e o desenvolvimento precisam andar lado a lado.

Por que devemos defender o meio ambiente?

1 – Aqui não passa boiada

No Brasil, há muito pelo que resistir. Eles combinaram de passar a boiada. Nós combinamos de seguir lutando, junto às guardiãs e aos guardiões da biodiversidade brasileira e aos povos e comunidades tradicionais que habitam e defendem o nosso território.

Aqui, boiada não passa!

Viva a democracia, viva a agroecologia!

Agroecologia e democracia unindo campo e cidade!

2 – Campo e cidade

Seja no campo ou na cidade, o cuidado com meio ambiente  é a garantia de uma vida de qualidade para todos e todas. Reduzir os impactos ambientais deve ser um dever e compromisso de cidadãs e cidadãos, coletivos e movimentos sociais mas, sobretudo, de empresas e governos. 

No dia do meio ambiente unimos forças, campo e cidade, pela preservação do nosso meio ambiente e contra os impactos de grandes obras.

3 – Povos das águas

O Brasil tem cerca de 12 % das reservas mundiais de água doce do planeta e é uma das maiores reservas hídricas do mundo. Essa quantidade expressiva mostra a abundância de nosso país e, ao mesmo tempo, nossa grande responsabilidade de preservar as florestas, águas e bens naturais que temos.

Segundo uma pesquisa da Agência Nacional das Águas e do Fundo da Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), o agronegócio, grandes empreendimentos  e a indústria são os setores que mais utilizam água disponível para o consumo humano, restando para a população cerca de 8 %. 

Esses setores, além de serem responsáveis pela maior parte da poluição dos nossos rios e mares, são também os causadores de grandes tragédias ambientais. Um levantamento feito pela Agência Pública mostra que em 1 de cada 4 municípios brasileiros  foram encontrados 27 tipos de agrotóxicos na água que abastece a população. Desses, 16 são considerado pela Anvisa como extremamente ou altamente tóxicos e 11 estão associados ao desenvolvimento de doenças crônicas como câncer, malformação fetal, disfunções hormonais e reprodutivas.

No dia do meio ambiente, seguimos juntas e juntos aos povos das águas, os ribeirinhos e ribeirinhas, caiçaras, pescadores e pescadoras, vazanteiros e vazanteiras, guardiões e guardiãs das nascentes reafirmando que água não é mercadoria e o seu uso deve ser consciente.

4 – Cerrado

O Cerrado, com suas cores, águas, vegetação, terra vermelha e belas aves, é um dos biomas mais ameaçados do Brasil. 

Berço das águas, o Cerrado sofre com a devastação desenfreada, provocada, sobretudo, pelo agronegócio, com suas monoculturas transgênicas que avançam sobre a vegetação nativa, comprometendo a vida e trazendo impactos ambientais para todo o país. 

O Cerrado não pode continuar sendo destruído. Preservar a fauna, flora, águas e as culturas e saberes de seus povos é preservar o meio ambiente e manter pulsante a sociobiodiversidade brasileira.

5 – Pampa

Ameaçado pelo modelo de desenvolvimento exploratório e devastador do agronegócio, sobretudo as atividades agropecuárias, o Pampa é um bioma existente em três países fronteiriços: Brasil, Uruguai e Argentina. No nosso país, está presente  apenas em um estado: o Rio Grande do Sul. 

Com diferentes nomes para quem o habita (campanha, campos, rincão), o Pampa tem uma paisagem diversa e rica. Além da riqueza ambiental, possui também grandes histórias preservadas pelos povos e comunidades tradicionais que lá vivem. 

No dia do meio ambiente, reforçamos as denúncias sobre o modelo devastador que é defendido pelos grandes empresários e ruralistas. Os nossos campos, florestas e águas precisam ser preservados e protegidos.

6 – Mata Atlântica

A Mata Atlântica é um dos biomas mais afetados pela ação humana. Rico em  diversidade de animais e plantas, que podem ser utilizadas como alimentos e remédios naturais, é o bioma que sofre maior pressão por concentrar grande áreas urbanas, nas quais a maior parte da população brasileira habita.

Apesar de nos grandes centros a floresta não ser tão evidente, é na Mata Atlântica que temos um abundante potencial hídrico e a sua existência é fundamental para a estabilização do clima é bem-estar de todas e todos.

Defender e proteger a Mata Atlântica é proteger a biodiversidade brasileira e minimizar os impactos históricos gerados, e que ainda acontecem, com a formação dos centros urbanos.

No dia do meio ambiente é preciso pensar no bem viver daqueles que habitam no campo e na cidade.

Mata Atlântica viva e de pé!

7 – Caatinga

Caatinga é uma palavra em tupi-guarani que significa mata branca. É uma alusão à vegetação da região semiárida, que na época de estiagem perde as folhas e apresenta um tom cinza, quase branco. A palavra caatinga batiza também o bioma, que abrange quase todo o Semiárido. 

Lugar de povo forte, de saberes e histórias, o Semiárido brasileiro é o mais populoso do mundo, possui uma rica diversidade de fauna, flora e culturas e está presente em dez estados da federação: todos os estados do Nordeste e o Norte de Minas Gerais. Cerca de 26 milhões de pessoas vivem nesta área, o que equivale a 12 % da população do país. A convivência com o Semiárido tem mostrado que é possível viver na região, respeitando sua natureza e seus ciclos, de maneira sustentável. 

A vegetação da região inspira resiliência. Sua população nos convoca à resistência.

É no Semiárido que a vida pulsa. É no Semiárido que o povo resiste!

8 – Pantanal

O Pantanal é onde os rios e as chuvas das planícies desaguam fazendo com que as terras fiquem submersas por um período de até quatro meses por ano. No Pantanal habitam cerca de 5 mil espécies de animais e plantas que, juntos aos povos e comunidades tradicionais que lá residem, refletem a beleza e riqueza desse bioma.

Essa diversidade, que ocupa um território que se estende pelo Brasil, Paraguai e Bolívia, sofre ameaças com a interferência humana, como o desmatamento e a agropecuária, que comprometem o equilíbrio da fauna e da flora de todo o território brasileiro, já que os biomas são interligados, afetando a qualidade de vida de todas e todos.

Preservar o Pantanal é preservar a biodiversidade de todo território brasileiro.

9 – Amazônia

Interesse de exploração do agronegócio e de grandes empreendimentos, a Amazônia é diariamente alvo de ataques contra as suas florestas e seus povos. Todo ano crescem os índices de desmatamento da região e tentativas de destruição da maior floresta tropical do mundo. 

Além das belezas naturais, a Amazônia é terra fértil e berço de milhares de espécies de plantas e bichos. Sua diversidade e cultura impressionam e também são responsáveis pelo equilíbrio natural do planeta. 

Na contramão do processo de devastação, estão os guardiões e guardiãs da floresta, povos e comunidades tradicionais que, através dos seus modos de vida e cuidado com o meio ambiente, mantém a Amazônia em pé. 

Esses mesmos povos que protegem a floresta têm sido alvo de ataques constantes de grileiros, madeireiros, garimpeiros, grupos armados e de um Estado omisso, que fecha os olhos a crimes diversos contra essas populações. Precisamos defender a floresta e os povos originários que habitam na Amazônia!

Aqui a boiada não passa!

10 – Agroecologia

O Brasil, com toda a sua diversidade de povos, fauna e flora, apresenta uma riqueza natural que diariamente é ameaçada em nome do lucro e de interesses de poucos. 

No dia em que se celebra o Dia Mundial do Meio Ambiente, também celebramos a força dos povos e comunidades tradicionais e do movimento agroecológico na defesa e preservação dos territórios e da vida.

Viva o Meio ambiente! Viva os biomas Brasileiros!

Fontes:

siteoeco

agroecologia.org.br

Lara Meneguelli

LARA MENEGUELLI é Técnica em Meio Ambiente, tradutora, redatora, multiartista e capoeirista. Com foco em educação ambiental, bio construção, permacultura, horta orgânica e práticas sustentáveis, é criadora da Casa Angola Viva. Também é brincante e pesquisadora do Grupo de Estudos da Cultura Popular Brasileira Capoeira Angola Resiste.

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