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Após 200 anos de extinção, araras-canindé são reintroduzidas ao Parque Nacional da Tijuca

Elas estão voltando!

No dia 6 de junho, as araras-canindé (Ara ararauna) chegaram ao Parque Nacional da Tijuca para dar início ao processo de reintrodução dessas aves incríveis nas matas fluminenses.

Elas vem do Parque Três Pescadores e já passaram por todos os exames necessários. Também passaram para o cercado de aclimatação, uma etapa fundamental para que se adaptem à nova paisagem, aos sons, cheiros e alimentos da floresta, depois de décadas sem sobreviver ao céu do Rio de Janeiro.

Isso mesmo: as araras-canindé ocupavam as terras fluminenses quando os portugueses chegaram no Brasil.

Esse é um momento muito especial para toda a biodiversidade! Um passo concreto no caminho da restauração ecológica da Mata Atlântica.

A floresta está prestes a ganhar novas cores e sons: se tem animal com cores mais emblemáticas que representem o Brasil, são as araras-canindé. As araras tem coloração magnífica, e possuem as quatro cores da bandeira do país. Psitacídeos, por serem tão incríveis, inteligentes, e com plumagem tão linda, são dos grupos mais traficados do planeta.

A Ara ararauna, é uma espécie com ampla distribuição, ocorrendo em diversos países da América do Sul, e que possui tolerância a ambientes modificados pelo homem. Muitas vezes são vistas em cidades como Campo Grande, Manaus, Caracas e outras.

As araras tem papel ecológico fundamental, predando e dispersando sementes grandes a grandes distâncias e conectando fragmentos paisagens. O que poucos sabem, mesmo cientistas e apaixonados por aves, é que elas já foram bem distribuídas por diversos locais de Mata Atlântica, incluindo o estado do Rio de Janeiro.

O trabalho de mestrado da Lara Renzeti, que coordena a reintrodução das araras no Parque Nacional da Tijuca, propôs uma nova distribuição histórica para a espécie, incluindo áreas de Mata Atlântica, e uma nova distribuição atual.

Ela conta:

Primeiro de tudo, é um sonho. Um sonho de ver elas de volta às matas fluminenses. Mas eu, ainda bem, não sonhei este sonho sozinha. E ele está cada vez mais prestes a acontecer“.

Este projeto teve início em 2018. Muitos percalços, incluindo uma pandemia, impediram que ocorresse antes.

Vamos encher o Rio de Janeiro e suas florestas de cores e gritos de araras e refazer a história da animação Rio, agora com a espécie que ocorria por lá!

Fonte: REFAUNA

Lara Meneguelli

Técnica em Meio Ambiente pelo IFRJ - campus Arraial do Cabo e estudante da cultura popular brasileira em Capoeira Angola Resiste.

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